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Itália I - Roma e Vaticano - Caminhando na História

  • Foto do escritor: Sardine Ana
    Sardine Ana
  • 5 de jan.
  • 21 min de leitura

Atualizado: 10 de jan.

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Factos

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Sobre Itália

  • 📌República Italiana

  • 🗺️Área: 302.073 km2

  • 🧑‍🤝‍🧑População: 58.968.501 (estimativa 2024)

  • 🚩Capital: Roma

  • 📖Língua Oficial: Italiano

  • 🏔️Ponto mais Elevado: 4.810 m (Monte Bianco)

  • 🪙Moeda: Euro

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Sobre o Vaticano

  • 📌Estado da Cidade do Vaticano

  • 🗺️Área: 0.49 km2

  • 🧑‍🤝‍🧑População: 764 (estimativa 2023)

  • 🚩Capital: Cidade do Vaticano

  • 📖Língua Oficial: Italiano | Outras Línguas: Latim

  • 🏔️Ponto mais Elevado: 76 m (localização sem nome) | Edifício mais Alto: 138 m (Basílica de São Pedro)

  • 🪙Moeda: Euro

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Roteiro da Sardinha - Roma e Vaticano - Caminhadas de Histórias

  • Tempo: 5 dias

  • Transportes: Transportes Públicos, Uber e Transfer Privado

  • Mês: Dezembro | Clima:🌤️🌦️ | Temperatura: entre os 4ºC e os 15ºC

  • Tamanho do Grupo: 3


Esta visita a Roma foi mais uma aventura de viagem, onde a vossa sardinha foi a guia e contadora de histórias para três pessoas aventureiras que, por si mesmas, não sairiam da sua lata em Portugal.


Era uma vez, na capital italiana, a vossa sardinha levou três outras sardinhas a caminhar pelas histórias de há 2000 anos atrás. Mas antes da nossa caminhada de estórias, um pouco de história:


Roma Antiga foi uma civilização que surgiu na Península Itálica e se expandiu das margens do rio Tibre para um vasto império que dominou grande parte da Europa, do Norte de África e do Médio Oriente, criando um dos maiores impérios da Antiguidade.


A história da Roma Antiga desenrolou-se em três grandes períodos: a monarquia (estabelecida pelos reis latinos e etruscos), a república aristocrática e o império autocrático.


A cultura romana foi influenciada pelos gregos e etruscos, visível na literatura, na arte e na religião (politeísta, com deuses como Júpiter, Marte e Vénus. O cristianismo só começou a difundir durante o império, no século IV, e foi oficialmente reconhecido por Constantino).


A sociedade romana era hierarquicamente dividida entre patrícios (das famílias fundadoras, que monopolizavam o poder político e militar), plebeus (que eram considerados cidadãos, mas com restrições políticas, e lutavam por direitos como a participação no Senado e nas magistraturas) e escravos (provenientes das terras conquistadas por Roma e que trabalhavam nas plantações e minas). Havia também uma ordem equestre, composta por plebeus ricos, que eram comerciantes que forneciam o exército.


Durante a monarquia (753 a.C. - 509 a.C.), Roma foi governada por reis de origem latina e depois etrusca, que contribuíram para as estruturas políticas e religiosas iniciais. A monarquia terminou com a deposição do rei Tarquínio, o Soberbo, o que levou à criação da república (509 a.C. - 27 a.C.), uma forma de governo aristocrática em que o Senado e as magistraturas, como o Consulado, detinham o poder.


Durante a república (res publica ou “coisa pública”), Roma expandiu significativamente, enfrentando rivais como Cartago nas Guerras Púnicas. A cidade-estado romana tinha as Comícias e o Senado como suas instituições centrais. Finalmente, a transição para o império (27 a.C. - 476 d.C.), iniciada por Augusto (oficialmente, mas alguns consideram que começou com Júlio César), consolidou Roma como a potência dominante no Mediterrâneo, culminando no governo autocrático dos imperadores.


O Império Romano terminou em 476 d.C., quando Roma foi invadida por tribos bárbaras.


Factos sobre a Roma Antiga:

• Roma é conhecida pela sua impressionante infraestrutura, incluindo os aquedutos que abasteciam a cidade com água potável, e o Coliseu, onde aconteciam os famosos combates de gladiadores.


• A política de "pão e circo" envolvia a distribuição de comida e entretenimento de forma gratuita para controlar os plebeus urbanos e prevenir revoltas.


• Durante o império, os romanos adotaram um sistema de sucessão imperial baseado na adoção, permitindo que os imperadores escolhessem seus herdeiros entre generais leais.


• As línguas românicas, como o italiano, o francês e o português, derivam diretamente do latim, a língua oficial de Roma antiga.


• O direito romano continua a influenciar os sistemas jurídicos ocidentais, servindo de base para os quadros legais de muitos países modernos.


Dia 0: Lisboa - Roma - Villa Borghese, Piazza del Popolo, Scalinata di Trinità dei Monti e Fontana di Trevi

Em 03h e 10m, chegámos a Roma. O voo não estava cheio e, por ser às 07h, permitiu-nos dormir e ainda assim chegar a tempo de almoçar na capital de Itália.


Dica💡Por ser uma viagem especial, organizei um transfer privado do aeroporto até ao centro da cidade. No entanto, é fácil chegar ao centro de Roma utilizando o comboio "Leonardo Express" (14€ por pessoa) ou o autocarro "Airport Bus Express" (7€ por pessoa) até à estação Termini. Em Termini, pode-se facilmente caminhar até alguns dos principais pontos turísticos ou apanhar o metro ou o autocarro (1,5€ por bilhete, que dura 100 minutos, e pode ser pago diretamente com o cartão de crédito na máquina).


Ao chegar ao centro de Roma, tivemos o nosso primeiro desafio - as ruas à volta do nosso hotel estavam fechadas porque o papa estava a visitar a Praça de Espanha! No entanto, o nosso motorista incrível deixou-nos o mais perto possível do hotel (veja a avaliação do hotel abaixo em 🛌 Hotéis).


A nossa primeira paragem foi para almoçar no 🍴"That's Amore". Foi uma excelente introdução à comida italiana, com Lasanha, Saltimbocca e Risotto.


Seguiu-se a visita à Villa Borghese – o maior parque público de Roma. Antigamente existia uma vinha no local até o Cardeal Scipione Borghese decidir transformá-lo num parque. O arquiteto paisagista foi Domenico Savino da Montepulciano. O jardim inicialmente tinha um design geométrico, mas depois foram introduzidos elementos naturais. O lago artificial no centro foi adicionado no século XVIII. Existe uma ilha artificial, onde se ergue um templo jónico dedicado ao Deus da Cura – Asclépio. A villa também possui um anfiteatro chamado Piazza di Siena, o Arco de Septímio Severo e um arco do século XVIII.


Dica💡Uma atividade divertida ao visitar a Villa Borghese é alugar Riquexós elétricos na Bici Pincio!


Villa Borghese: Fonte Gaia e Fontana dei Cavalli Marini

Antes de sairmos da Villa Borghese, fomos até à Terrazza del Pincio e depois descemos até à Piazza del Popolo, onde pudemos ver::

  1. A Porta Flaminia de 1562 (uma das entradas de Roma nas Muralhas Aurelianas, decorada por Bernini)

  2. O Obelisco colocado aqui em 1589, mas datado de 1300 a.C. e originalmente de Heliopolis, no Egito

  3. As duas fontes: Fonte de Neptuno e Fonte da Deusa Roma

  4. As igrejas simétricas de Santa Maria in Montesanto (à esquerda, também chamada Igreja dos Artistas) e Santa Maria dei Miracoli (à direita)

  5. A Igreja de Santa Maria del Popolo (construída em 1477 para afastar o fantasma do Imperador Nero)

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Piazza del Popolo: vista a partir da Terrazza del Pincio

Já estás sobrecarregado? Isto foi apenas o começo dos 5 dias na capital do Império Romano.


Seguimos depois para as Escadas de Espanha ou Scalinata di Trinità dei Monti. Composta por 139 degraus (construídos entre 1723 e 1726) que ligam a Piazza di Spagna (onde antigamente se situava a embaixada espanhola) à Piazza dei Monti (que estava sob o patronato dos Reis Bourbons de França). As escadas simbolizavam a paz e a união entre a França e a Espanha.


Na praça (Piazza di Spagna, na parte inferior), encontra-se a Fontana della Barcaccia, desenhada e construída por Bernini em 1598. No centro da fonte, há uma estátua de um barco. O barco representava uma embarcação real que ficou encalhada na praça quando o rio Tibre inundou a cidade no mesmo ano.


Ruas perto da Escadas de Espanha e Escadas de Espanha na imagem central

Antes de terminar o dia, dirigimo-nos à icónica Fontana di Trevi. Apanhámos as renovações para o Jubileu de 2025, no entanto, continua a ser uma obra-prima.


A fonte foi construída em 1743 e é a maior fonte barroca alguma vez construída. O nome Trevi vem da palavra latina Trivium, uma vez que a fonte está localizada na junção de três ruas. É o ponto terminal do Aqua Virgo, um aqueduto construído durante o reinado do Imperador Augusto em 19 a.C.


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Fontana di Trevi

A figura no centro representa o Oceano num carro puxado por dois cavalos, com Tritões montados em cada cavalo. Nas laterais, estão as estátuas da Abundância (à esquerda) e da Saúde (à direita).


⛲Por curiosidade, no século IV, já existiam 1.352 fontes em Roma.


🍴Para o jantar, fomos à La Prosciutteria Cantina dei Papi, onde pedimos uma incrível tábua de queijos e enchidos com, claro, um vinho fantástico.


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Tábua de Queijos e Enchidos da La Prosciutteria Cantina dei Papi

Dia 1: Roma - Chiesa di Sant'Ignazio di Loyola, Pantheon, Piazza Navona, Campo di Fiori e Piazza Venezzia


Começámos o dia cedo. No caminho para a nossa primeira visita, passámos pela Piazza Colonna, onde pudemos ver a Coluna de Marco Aurélio (193 d.C.), e também visitámos o Tempio di Adriano, um templo romano de 145 d.C. com 11 colunas coríntias, que agora formam a fachada da Bolsa de Valores de Roma.


Chegou então o momento da nossa primeira visita – a igreja de Sant'Ignazio di Loyola. A igreja foi construída em 1626, no mesmo local onde estava o Colégio Romano, um instituto educacional jesuíta fundado por Inácio de Loyola em 1551. Confesso que, enquanto estávamos a caminho do hotel depois do jantar no primeiro dia, passámos por esta igreja e entrámos. Estava a tocar música, todos estavam em silêncio e a atmosfera era incrível – senti uma paz imensa, e não sou uma pessoa religiosa. Foi tão impressionante que voltámos durante a manhã do dia seguinte. O teto de Sant'Ignazio di Loyola, pintado por Andrea del Pozzo, e provavelmente porque as minhas expectativas para a Capela Sistina eram super altas, impressionou-me ainda mais porque não estava à espera de algo assim.

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Tecto da Chiesa di Sant'Ignazio di Loyola

Depois de sairmos da igreja, dirigimo-nos ao Panteão. O Panteão é um templo encomendado pelo Imperador Adriano, dedicado a todos os deuses romanos. Substituiu o templo de Marco Agripa, que foi destruído por um incêndio. A arquitetura do Panteão tem sido admirada pela sua precisão milimétrica – tem 43,3 metros de altura e diâmetro. A fachada possui um frontão triangular, apoiado por colunas dispostas em três filas. O pavimento geométrico original de mármore ainda existe, e a sua cúpula é maior do que a cúpula da Basílica de São Pedro.


Dica💡Podes comprar bilhetes online utilizando a App Musei Italiani. No entanto, verifica a fila para comprar os bilhetes no local, em dinheiro. Não havia ninguém e conseguimos entrar imediatamente.

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Panteão - Roma. Vista da fachada exterior

A Piazza Navona e o Campo de' Fiori foram as nossas próximas paragens. Mas, como estamos em Roma, no caminho fizemos uma paragem na Chiesa di San Luigi dei Francesi e na Basílica de Sant'Agostino.


A Igreja San Luigi dei Francesi é dedicada aos santos padroeiros da França: a Virgem Maria, Dionísio o Areopagita e o Rei Luís IX de França, sendo também a igreja nacional de França em Roma. No interior, pode-se encontrar a Capela Contarelli, que contém três pinturas de Caravaggio sobre a vida de São Mateus: à esquerda, "A Vocação de São Mateus"; acima do altar, "A Inspiração de São Mateus"; à direita, "O Martírio de São Mateus". Se quiseres saber mais sobre a igreja, existe um áudio-guia gratuito que podes aceder através do QR code na entrada da igreja.


A Basílica de Sant'Agostino (1483), logo ali ao virar da esquina, também vale a pena ser visitada e contém arte de Caravaggio, como a "Madonna di Loreto", e de Rafael, como o "Profeta Isaías".


À esquerda - Basílica de Sant'Agostino | À direita - Igreja de San Luigi dei Francesi

Era hora de visitar a Piazza Navona. Construída no século XV como mercado e espaço para eventos especiais, foi pavimentada sobre o antigo Estádio de Domiciano, que era chamado de Circus Agonalis. Uma representação do estádio pode ser vista perto da entrada da Via Agonale, onde parte da estrutura original ainda está visível. A principal atração da praça é a Fontana dei Quattro Fiumi (1651). O nome vem das figuras na sua base, que representam os quatro rios: o Nilo, o Danúbio, o Ganges e o Rio da Prata (entre a Argentina e o Uruguai – o rio mais largo do mundo). O obelisco na fonte estava originalmente no Circus de Maxêncio. Há outras duas fontes na praça: a Fontana del Nettuno (1576) e a Fontana del Moro, desenhada por Bernini no século XVII, adornada com um mouro e um golfinho. As sereias masculinas, ou Tritões, são adições posteriores.


Em frente à Fontana dei Quattro Fiumi encontra-se a Igreja de Santa Inês em Agonia (um exemplo de arquitetura barroca em Roma). Ao lado da igreja está o Palazzo Pamphili (a Embaixada do Brasil).


Dica💡Antes de sair da Piazza Navona, vale a pena fazer uma pausa no Tre Scalini para saborear uma guloseima – Tartufo, uma sobremesa clássica romana.

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A Fontana del Moro por Bernini - Piazza Navona

Saindo da Piazza Navona em direção ao Campo de' Fiori, fizemos uma paragem na Basílica di Sant'Andrea della Valle – também vale a pena visitar e admirar o incrível teto pintado.


No Campo de' Fiori, chegámos antes do almoço, o que nos permitiu ver o mercado. O nome "Campo de' Fiori" da praça refere-se a um campo florido que existia aqui antes de a praça ser pavimentada em 1456. A praça foi utilizada para execuções públicas regulares, incluindo a de Giordano Bruno, um filósofo italiano acusado de heresia e queimado vivo em 1600. Em sua honra, uma estátua encontra-se agora no centro da praça.


Mercado no Campo de Fiori

Almoçámos na 🍴Osteria da Fortunata. Alguns dizem que é uma armadilha para turistas, outros afirmam que é incrível. Eu devo dizer que foi uma boa experiência no geral e não me arrependo – a pasta e a beringela à parmigiana estavam boas, foi interessante ver a produção de massa fresca no local e o preço foi o mesmo que em muitos outros lugares no centro de Roma (cerca de 20€ por pessoa).


Com a barriga cheia, estávamos prontos para a próxima paragem, na Piazza Venezia. A Piazza Venezia está localizada bem no centro de Roma, onde várias ruas conhecidas se cruzam (Via dei Fori Imperiali, Via del Corso). A praça fica ao pé da Colina Capitolina e é flanqueada por edifícios importantes, incluindo o Palazzo Venezia, que foi construído por decreto do Cardeal Venezia e deu nome à praça. Construído em 1464, o palácio foi a residência do Papa Paulo IV; papas sucessivos lá viveram até o Papa Pio IV. Outros edifícios na praça incluem o edifício da Assicurazioni Generali, o Monumento a Vittorio Emanuele II, o Palazzo Bonaparte (residência da mãe de Napoleão), o Palazzo delle Aste e a Igreja de San Marco (1336).


Subimos as escadas do Monumento a Vittorio Emanuele, também conhecido como Altare della Patria, Monumento Nazionale a Vittorio Emanuele, Altar da Pátria ou simplesmente Il Vittoriano. Os locais apelidaram o monumento de "máquina de escrever", "bolo de casamento" e outros nomes. O monumento, na Piazza Venezia, inaugurado em 1935, abriga a Tumba do Soldado Desconhecido e uma chama eterna. Foi erguido após a Primeira Guerra Mundial em honra daqueles que perderam as suas vidas na batalha. O nome oficial do monumento veio em homenagem ao primeiro rei da Itália unificada. O monumento em si não é notável pela sua beleza, mas pela sua grandiosidade e também porque, durante a sua construção, houve expropriações e demolições de edifícios importantes, o que o torna um monumento controverso. Durante o período fascista, foi utilizado como fundo para propaganda e, ainda hoje, é erroneamente considerado um monumento que celebra um período sombrio da história de Itália.


Ainda assim, é monumental, e ao subir, podemos obter uma vista incrível de Roma e da Via dei Fori Imperiali, com o Coliseu no final. Vale a pena as escadas! Se quiser descansar um pouco, também há um café no terraço com uma vista fantástica.


Monumento a Vittorio Emanuele

Por curiosidade, o monumento representa uma Itália unificada, com as fronteiras do território marcadas por duas fontes na parte inferior. As fontes representam o Mar Tirreno e o Mar Adriático. Há também símbolos que representam as regiões italianas na parte inferior da estátua central. Se quiser ler mais, consulte o blog: Lovely Stay in Rome.


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Vista da Via dei Fori Imperiali com o Coliseu ao fundo a partir do terraço no Monumento a Victor Emmanuel

Para terminar o dia, ainda subimos a Colina Capitolina até à Piazza del Campidoglio. Aqui, encontramos um local incrível para observar o Fórum Romano e também vimos no centro da praça uma estátua de Marco Aurélio e uma estátua da Lupa Capitolina com Rómulo e Remo.


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Forúm Romano

Antes de continuarmos com a nossa história, é importante falar sobre a Lenda de Rómulo e Remo. Roma foi fundada a 21 de abril de 753 a.C., de acordo com a mitologia romana, pelos irmãos gémeos Rómulo e Remo, descendentes do deus Marte (conhecido na mitologia grega como Ares) e de Reia, uma mortal filha de Númitor, o rei de Alba Longa. Os irmãos foram amamentados por uma loba (Lupa Capitolina).


A lenda conta que Rómulo e Remo foram lançados no rio para se afogarem. No entanto, sobreviveram e foram alimentados pela loba. Mais tarde, foram adotados por um pastor. Quando adultos, Remo teve uma discussão com o seu pai adotivo e foi preso pelo seu tio-avô, que tentou matá-lo. Rómulo resgatou o seu irmão e restaurou o trono ao seu avô. Os irmãos partiram para fundar uma nova cidade, mas discordaram sobre o local. Rómulo queria-a na Colina Palatina, e Remo na Colina Aventina.

Para resolver a disputa, aguardaram por um sinal dos deuses e observaram os pássaros. Rómulo viu 12 pássaros na Colina Palatina, e Remo viu 6 na Colina Aventina. Rómulo venceu a disputa e matou Remo. Roma foi fundada nesse dia – 21 de abril de 753 a.C. – na Colina Palatina.

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Lupa Capitolina com Rómulo e Remo

Terminámos o nosso dia passando pelo Mamertium, onde São Pedro e São Paulo foram aprisionados, e pelo Mercati di Traiano, antes de seguirmos para Trastevere para jantar. Pelo caminho, passámos pelo Teatro di Marcello, uma estrutura semelhante ao Coliseu, cuja construção começou sob Júlio César e foi concluída sob Augusto em 17 d.C.


Em Trastevere, passeámos e acabámos por jantar no 🍴Striscia La Pizza. Não só as óptimas pizzas que fazem o local (nós pedimos uma pizza com burrata e pistácio), mas a conversa que tivemos com o proprietário também foi fantástica! Um lugar incrível e que é imperdível em Trastevere.


Caminho de volta para o hotel - Roma à Noite

Dia 2: Vaticano - Museu do Vaticano, Basílica di San Pietro | Roma - Castel Sant'Angelo


Hora de um novo país! Todos fazem esta piada quando estão em Roma e prestes a visitar o Vaticano, certo? 😅


O Vaticano ou Cidade do Vaticano, oficialmente o Estado da Cidade do Vaticano, é a sede da Igreja Católica e um estado soberano. É o menor estado do mundo.

O Vaticano existe desde 1929 e é separado da Santa Sé. Os documentos oficiais do governo do Vaticano são emitidos em italiano, enquanto os documentos oficiais da Santa Sé são principalmente emitidos em latim. É um estado eclesiástico ou teocrático-monárquico, governado pelo Bispo de Roma, o Papa, que tem a sua residência oficial no Palácio Apostólico.


A Colina Vaticana está localizada na região de Roma, mas não faz parte das sete colinas de Roma. Antes do cristianismo em Roma, era o local de oráculos (pessoas que recebiam e transmitiam a palavra dos deuses). Vaticanus ou Vagitanus era um deus etrusco (do povo que habitava esta região da Itália). Este deus "abria a boca dos recém-nascidos para que pudessem dar o seu primeiro grito ou clamor".


Começámos a nossa visita ao Vaticano indo ao Museu do Vaticano.


Madrugadores! Comprámos os bilhetes (entrada geral com áudio-guia) para as 08:00. Muitos falam sobre as multidões, e eu estava cética, visto que sou uma pessoa mais de desertos. Mas tivemos uma surpresa, no início de dezembro às 08:00 parece ser uma data e horário incríveis para visitar o museu. Ficamos com as salas praticamente só para nós (e sem a necessidade de gastar uma fortuna numa visita guiada para "abrir o museu").


O primeiro museu do Vaticano foi fundado pelo Papa Júlio III no século XVI. Os Museus Vaticanos são uma série de galerias que incluem a Capela Sistina, o Laocoonte, a Transfiguração de Rafael, a Deposição de Caravaggio, o Apolo de Belvedere e o São Jerónimo de Leonardo da Vinci.


Museu do Vaticano: Escadaria Bramante; Stanze di Raffaello; Galleria dei Candelabro; Galleria delle Carte Geografiche

A Capela Sistina é a obra mais famosa de Michelangelo. A capela foi inaugurada em 1483. O teto foi pintado por Michelangelo deitado de costas. A capela está decorada com 9 cenas do Livro do Genesis, sendo a mais icónica a pintura de Deus a tocar em Adão. Nos cantos, estão 7 profetas e 5 sibilas (mulheres oráculo). Os cantos representam a salvação dos israelitas. Nesta capela, ocorre a eleição do novo Papa pelo Colégio dos Cardeais.

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Basílica de São Pedro vista a partir dos jardins do Museu do Vaticano

A próxima paragem foi, claro, a Basílica de São Pedro. Para tal, primeiro fomos do Museu até à Praça de São Pedro. Esta praça foi desenhada por Bernini com uma forma trapezoidal, para superar os desafios de design causados pelos edifícios que a rodeiam. Está rodeada por 284 colunas dóricas, cada uma com 13 metros de altura. No chão, uma pedra de porfírio vermelho marca o local onde o Papa João Paulo II foi alvejado em 1981 e, no centro da praça, pode ver-se um obelisco egípcio (trazido do Egito (Heliópolis) por Caligula). A área tornou-se o local do martírio de muitos cristãos após o grande incêndio de Roma em 64 d.C. A tradição diz que São Pedro foi crucificado aqui de cabeça para baixo (porque se sentia indigno de morrer da mesma forma que Jesus na cruz).


Para entrar na Basílica, tivemos que esperar na fila para passar pelos controlos de segurança (foi rápido e a fila estava pequena), mas fica atento, pois quando saímos da Basílica por volta do meio-dia, a fila tinha duplicado.


A Basílica de São Pedro é o centro da Igreja Católica. Acredita-se que São Pedro tenha sido enterrado neste local no ano 64. São Pedro é considerado o primeiro Papa.


Dica💡 Podes subir à cúpula, mas prepara-te para os 491 degraus. Nota que, mesmo que vás de elevador, ainda terás que subir 320 degraus no final. Embora a entrada na Basílica seja gratuita, a entrada para a cúpula requer um bilhete pago à parte.


A Basílica é impressionante, embora eu deva dizer que, para mim, todo o Vaticano teve um sabor agridoce. Tantos tesouros, tanto ouro, e ainda assim, tantas pessoas a sofrerem pelo mundo que acreditam na Igreja Católica (ou em outras religiões) e não recebem ajuda. Além disso, tantas pessoas que doam à Igreja. Talvez um dia eu consiga compreender isto, mas por agora, todo este luxo fez-me sentir desconfortável.

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Altar da Basílica de São Pedro e Baldaquino por cima do tumulo de São Pedro e por baixo da cupula da Basílica

Para mim, depois de uma visita rápida e, claro, depois de ver a Pietà de Michelangelo, chegou a hora de entrar em Itália novamente. Seguimos pela Via della Conciliazione até chegarmos ao Castel Sant'Angelo.


Construído entre 130 e 139 d.C., o castelo foi encomendado pelo Imperador Adriano como um túmulo para si mesmo e para os seus sucessores. Durante as invasões germânicas, tornou-se uma fortaleza e, mais tarde, uma prisão. O nome do castelo vem da estátua de um anjo que substituiu a estátua original do Imperador Adriano.


O mais bonito do castelo é a vista do terraço. Pode ver-se a Ponte Sant'Angelo, com os seus 10 anjos desenhados por Bernini, e a Basílica de São Pedro, juntamente com Roma e todas as cúpulas que compõem o seu horizonte.


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Horizonte de Roma visto do Castelo de Sant'Angelo

Depois do castelo, passeámos pelas ruas de Roma até ao nosso hotel e jantámos tiramisu no🍴Pompi ... porque não?!

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Basílica de São Pedro vista da Ponte Humberto I

Dia 3: Roma - Coliseu, Forum Romano e Colina Palatina


Mais um dia a acordar cedo e finalmente o dia de visitar uma das 7 maravilhas do mundo - o Coliseu! Para evitar multidões, fomos ao Coliseu logo na abertura, às 08:30. Além disso, escolhemos visitar numa quarta-feira, o dia da audiência papal no Vaticano, por isso, muita gente está no Vaticano e não nas redondezas do Coliseu.


O Coliseu é o maior anfiteatro de Roma. Foi construído pelo Imperador Vespasiano em 72 d.C. e inaugurado em 80 d.C., durante o reinado do Imperador Tito. Era utilizado para lutas de gladiadores, touradas, corridas de bigas e outros eventos de entretenimento público. Batalhas navais eram encenadas com efeitos especiais. Caçadas simuladas envolviam animais vivos; indivíduos condenados eram frequentemente lançados para os animais como alimento.


Roma tinha um sistema de classes, e havia 5 níveis de assentos de acordo com o status social. O Coliseu permaneceu em uso até 404 d.C., quando o Imperador Teodósio, cristão ortodoxo, proibiu o paganismo e outros costumes. Depois disso, os visigodos saquearam Roma e o anfiteatro entrou em degradação. Mais tarde, partes do Coliseu foram retiradas para uso em novos edifícios. Foram feitas reparações, mas também ocorreram terramotos e mais saques. Eventualmente, o Coliseu foi negligenciado e gradualmente desmontado, pedra por pedra. Mesmo assim, continua a ser impressionante!

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Coliseu - Vista exterior
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Coliseu - Vista interior

Dica💡Existem muitos tipos de bilhetes para visitar o Coliseu. Primeira pergunta: onde comprar? Eu aconselho sempre a comprar diretamente no site oficial aqui. Segunda pergunta: que bilhete devo comprar? Depende do que estás interessado em ver. Existem bilhetes para:

  1. Arena – na foto, podes ver as pessoas em pé na plataforma da Arena. Para mim, não vale a pena, pois com o bilhete geral tens acesso a exatamente a mesma vista do lado oposto;


  2. Subterrâneo – normalmente esgotadíssimo. Permite visitar a área central do Coliseu onde ficavam armazenados os animais, gladiadores e ferramentas. Inclui uma visita guiada. No nosso caso, o grupo não falava inglês nem italiano, então não valia a pena;


  3. Ático – Podes apanhar um elevador e ir ao andar superior do Coliseu. A vista é linda, mas se o teu interesse é ver o Coliseu em si, o bilhete geral é suficiente. Lembra-te também que os lugares mais altos eram os que tinham menos visibilidade, então talvez seja melhor ficar embaixo e aproveitar;


  4. Entrada geral – Andas pelo Coliseu e tens a hipotese de visitar vários níveis diferentes. Foi o bilhete que compramos e foi mais do que suficiente!


Dica💡 Baixa o app MyColosseum e tens um audioguia que começa automaticamente quando chegas a determinadas áreas do Coliseu. Vale muito a pena e é gratuito ;)


Depois de sair do Coliseu, era hora de visitarmos o Fórum Romano.


Os Fóruns Imperiais, ou Fori Imperiali, eram o centro da vida política e religiosa na Roma Antiga. Consistiam numa série de praças públicas cercadas por edifícios, cada um criado por um imperador diferente para exibir sua riqueza, poder e superioridade. Os edifícios nesta área foram construídos entre 46 a.C. e 113 d.C., e incluíam templos, bibliotecas, tribunais e locais de educação. Júlio César iniciou a construção dos novos Fóruns Imperiais para aliviar a superlotação no antigo Fórum Romano (que é um local separado).


Grande parte da arquitetura antiga foi perdida quando Mussolini decidiu ligar o Coliseu à Piazza Venezia construindo a Via dei Fori Imperiali através dos fóruns. O que resta do local pode ser visto de ambos os lados desta avenida.


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Forum Romano visto da Colina Palatina

O Monte Palatino é uma das sete colinas antigas de Roma (fundada no século XVIII a.C.) e o local escolhido por Rómulo, o fundador de Roma, para construir sua nova cidade. É a colina onde estavam localizados os palácios que deram nome à colina – Monte Palatino ou Colina Palatina.


Dica💡 Descarrega a app  Y&Co e terás acesso a um tour guiado por áudio pelo Fórum Romano. Assim como o app do Coliseu, esta app começa automaticamente quando chegas a uma área de interesse.


Saímos do Fórum Romano e fomos almoçar no 🍴I Vaccinari. O restaurante era super agradável, as pizzas estavam ótimas e eram enormes! Dá para dividir uma facilmente por duas pessoas, o mesmo vale para a massa ;)


Seguindo em direção à Basílica de Santa Maria Maior, mas primeiro fizemos um pequeno desvio para ver a Basílica di San Pietro in Vincoli e ver a estátua de Moisés, de Michelangelo, além das correntes de São Pedro.


A Basílica de Santa Maria Maior, localizada no Monte Esquilino, foi construída sobre as ruínas de antigas estruturas, e escavações arqueológicas descobriram itens como um calendário do século II/III e as antigas muralhas romanas. É magnífica e vale muito a visita! Juntamente com a Igreja de Sant'Ignazio di Loyola foram os meus dois pontos preferidos de Roma!


Basilica di Santa Maria Maggiore

Hora de seguir em direção ao hotel, mas ainda tivemos tempo para passar na Piazza della Repubblica, com a Fontana delle Naiadi (que foi um escândalo quando inaugurada devido à posição das estátuas femininas nuas) e visitar a Igreja de Santa Maria degli Angeli e dei Martiri.


Dia 4: Roma - Termas de Caracalla, Circo Máximo e Trastevere


Último dia em Roma, mas ainda havia muito tempo para aproveitar!


Começamos o dia a visitar as Termas de Caracalla e o Circus Maximum.

As Termas de Caracalla foram os maiores banhos públicos romanos (termas) e foram construídas entre 212 d.C. e 216 d.C. Erguidas durante o reinado do imperador Marcus Aurelius Antoninus, também conhecido como Caracalla, devido à túnica que usava. As termas permaneceram em funcionamento por mais de 300 anos, numa época em que a cidade tinha mais de 50 banhos públicos, usados no lugar de banheiros privados. As termas tinham uma função social, além de permitir que os cidadãos se livrassem da poeira do quotidiano. O processo de banho era um ritual que começava com um banho quente no caldarium, seguido por um banho morno no tepidarium, um banho frio no frigidarium e, finalmente, um relaxante mergulho na natatio ou piscina ao ar livre, seguido por uma massagem ou esfoliação com panos perfumados.


As termas tinham assentos de mármore, mosaicos nas paredes e pisos, fontes, estátuas de mármore e bronze, e as paredes eram revestidas com mármore policromado e mosaicos de azulejos. Hoje, restam apenas as ruínas, pois as termas sofreram com as incursões dos godos, terremotos e partes da estrutura foram removidas para serem usadas noutros edifícios romanos. Os visitantes ainda podem ter uma ideia da escala e opulência das termas pelas imponentes paredes de tijolos vermelhos, grandes arcos, os pisos de mosaico e colunas de granito que restam.


Perto das Termas de Caracalla, encontra-se o Circus Maximus, que foi a primeira e maior arena/estádio da Roma Antiga. O estádio foi construído no vale entre as colinas Palatina e Aventina (as duas colinas sobre as quais Rómulo e Remo discutiram para decidir o centro de Roma) e podia acomodar até 250.000 pessoas.


Agora era hora de seguir em frente e finalmente visitar o Monte Aventino. Fomos até o Giardino degli Aranci.


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Vista da Terrazza Belvedere Aventino no Giardino degli Aranci

Acredita-se que o Giardino degli Aranci foi criado quando São Domingos trouxe uma laranjeira da sua terra natal, a Espanha, e a plantou no jardim do adjacente Castelo Savelli, que abrigava um mosteiro. O pé de laranja floresceu, e mais laranjeiras foram plantadas posteriormente. Também se acredita que Santa Catarina de Siena usava as laranjas da árvore para fazer frutas cristalizadas para o Papa Urbano VI. O jardim do mosteiro foi transformado no parque que conhecemos hoje quando foi redesenhado por Raffaele de Vico em 1932.


Perto do jardim, seguimos em direção ao famoso segredo do buraco da fechadura e, para isso, espreitamos através do buraco da fechadura da Ordem Militar de Malta. O buraco da fechadura oferece uma vista perfeitamente enquadrada da Basílica de São Pedro, simbolizando a intrincada relação entre a Ordem Militar Soberana de Malta e a Cidade do Vaticano.


Depois, descemos o Monte Aventino. A ideia era seguir para Trastevere para almoçar, mas ainda era cedo, então fizemos um desvio para ver o Colosso de Constantino.

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O Colosso de Constantino - Sardinha para escala

Uma paragem rápida para descansar e depois Trastevere estava à nossa espera. Em Trastevere, almoçámos no 🍴Tonnarello. E finalizámos a nossa aventura em Roma com Aperol Spritz, almôndegas e pasta Cacio e Pepe.


Dica💡 Se estiveres em Roma num domingo, ao caminhar em direção a Trastevere, não percas o maior mercado de rua ao ar livre na Porta Portese.


Hora de regressar a casa. Obrigada, Roma, por esta viagem no tempo e obrigada às 3 intrépidas sardinhas que me acompanharam.


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As minhas três sardinhas no Vaticano

Sumário de Roma:

Hotel 🛌

  • Charme Spagna Boutique Hotel

A localização é boa – entre a Praça de Espanha e a Fonte de Trevi. É possível ir a pé para todos os principais locais (Coliseu a 30 minutos a pé / Fonte de Trevi a 5 minutos a pé / Piazza Navona a 14 minutos a pé). Os quartos são pequenos, mas confortáveis, limpos e bem decorados. A equipa é incrível – explicaram tudo, foram super prestáveis e sempre nos deram uma receção calorosa depois dos longos passeios por Roma. O pequeno-almoço é mais do que suficiente, embora com opções limitadas. Há um pátio interior muito giro para tomar o pequeno-almoço.


Para um hotel de 3 estrelas, foi tudo o que poderíamos pedir e recomendo-o sem dúvida! É importante dizer que o hotel está localizado no 1º andar, mas há um elevador muito pequeno, caso precises.


Avaliação Sardine: Preço/Qualidade ⭐5/5 | Localização⭐4/5


Se tiveres dúvidas ou quiseres viajar para Roma, estou à disposição para saires da lata e explorares o mundo!


Sempre vossa: Uncanned Sardine


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