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Mauritania - O Deserto, o Mar e o Comboio de Minério de Ferro

  • Foto do escritor: Sardine Ana
    Sardine Ana
  • 15 de dez. de 2024
  • 14 min de leitura

Atualizado: 26 de jan.

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Factos

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  • 📌República Islâmica da Mauritânia

  • 🗺️Área: 1.030.000 km2

  • 🧑‍🤝‍🧑População: 4.328.040 (estimativa de 2024)

  • 🚩Capital: Nouakchott

  • 📖Língua Oficial: Árabe (outras línguas reconhecidas: Pulaar, Soninke, Wolof)

  • 🏔️Ponto mais Elevado: 915 m (Kediet ej Jill) (كدية الجل)

  • 🪙Moeda: Ouguiya

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Roteiro da Sardinha na Mauritânia

  • Tempo: 12 days

  • Locais Visitados: Nouakchott, Terjitt, Chinguetti, Tanouchert, Ouadane, Guelb Er Richart, Azougui, Nouadhibou e Iwik

  • Transportes: 4x4 e Taxi

  • Mês: Março | Clima:☀️ | Temperatura: entre os 10ºC e os 39ºC


 O mais importante sobre a Mauritânia, é que não fui sozinha nem organizei a viagem sozinha. A viagem foi organizada pela incrível empresa portuguesa de viagens aventura: 100rota. 💡Espreita o site deles se também quiseres embarcar para uma aventura na Mauritânia!


Nota: Como esta viagem foi (e ainda é) organizada pela 100rota, vou contar-te sobre os lugares, compartilhar dicas e escrever sobre o que senti ao longo desta aventura pelo deserto, mas não entrarei em detalhes sobre hotéis, por exemplo. Isso deixarei para espreitares e aproveitares com a 100rota.


Era uma vez na Mauritânia, quando a vossa sardinha foi mergulhar no deserto do Sahara:

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Pôr do sol no Sahara - com uma tempestade de areia no horizonte

Perdoem-me antecipadamente por qualquer erro nos nomes, mas sabem que uma vez no deserto, só há espaço para o deserto. Eu não estive preocupada com nomes, lugares, horários ou qualquer outra coisa, a não ser mergulhar no vazio. Isto foi uma grande conquista para esta sardinha ansiosa. Ir para o desconhecido com esta calma ao meu redor e sem preocupações foi de facto, um longo trabalho feito ao ir cada vez mais além da minha lata.


A Mauritânia está localizada no noroeste da África e conquistou a independência da França em 1960. Embora tenha uma área de 1.030.000 km², 90% de seu território é deserto e faz parte do deserto do Sahara (o maior do mundo). A Mauritânia possui uma linha costeira de 750 km no Oceano Atlântico e possui um dos maiores comboios do mundo – o Comboio de Minério de Ferro.


Dia 0: Lisboa - Nouakchott

Foi uma jornada e tanto. De Lisboa, voei para Casablanca (em Marrocos) e depois apanhei outro voo de Casablanca para Nouakchott. Os voos foram feitos com a Royal Air Maroc e a única coisa boa que tenho a dizer é que cheguei e voltei intacta (mas quase que não).


Tempo de voo: Lisboa - Casablanca (1h25m) | Escala no Aeroporto (03h25m) | Casablanca - Nouakchott (02h55m)


Dica💡: tenta fazer malas leves e levar toda a bagagem contigo na cabine. A Royal Air Maroc é conhecida por oferecer férias em Casablanca para as malas (donos das malas não estão convidados). Eu levei minha mochila Osprey Fairview 40L, que abre como uma mala de viagem, tem as medidas certas para ser bagagem de cabine e é confortável o suficiente para ser usada como mochila.


Chegamos à Mauritânia, já eram 2 da manhã e o processo para entrar no país foi lento (mas estamos a caminho do deserto, portanto desacelerar é obrigatório). Precisamos preencher um formulário, tirar foto e impressões digitais, pagar, dizer o motivo da visita à Mauritânia (inserir mais burocracia que não lembro porque já eram 2 da manhã) e então finalmente pudemos sair do aeroporto e sentir o calor do deserto. Ah, disse-vos que falar árabe ou francês são realmente essenciais na Mauritânia... o inglês não te vai levar muito longe, nem mesmo dentro do aeroporto, mas há sempre um sorriso e alguém disposto a ajudar.


À nossa espera estavam os nossos dois Chicos:

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À esquerda Francisco (o Chico português e dono da 100rota)
À direita Elycheikh (o Chico mauritano e nosso guia)

Já viajei em outras aventuras com o Francisco e, posso dizer, não te vais arrepender de sair da lata com ele! O Francisco é divertido, humilde e um parceiro de viagem incrível. Vê aqui todas as aventuras disponíveis da 100rota.


O Ely, conheci na Mauritânia e fiz um amigo para a vida. O Ely trabalha como guia de viagens ao deserto. É divertido e muito orgulhoso de mostrar a Mauritânia ao mundo.


Estava cansada, e o aeroporto fica a 40 minutos da cidade. Conhecemos a irmã do Ely, que nos levou até o hotel. Caí na cama, pronta para dormir e me preparar para a aventura que me aguardava.


Dia 1: Nouakchott

Às 9 da manhã, já estávamos fora do hotel e a "brisa do deserto" já nos atingia com mais de 30ºC. Fomos fazer uma introdução a Nouakchott visitando o mercado – não há lugar melhor para nos apresentar às pessoas e à cultura local do que o seu próprio mercado.


Mercado de Nouakchott - Um mundo onde tudo se encontra

Não foi fácil navegar pelo enorme mercado, acostumarmo-nos a uma nova realidade, os cheiros, as pessoas, o calor, o sítio – mas como sempre dissemos durante a viagem "isto é África!" e é linda à sua maneira.


Certamente, houve histórias para guardar na memória, como o melhor câmbio de Euros para Ouguiyas, que encontramos numa loja de sapatos, ou o facto de existir uma parte do mercado dedicada às mulheres divorciadas, onde podem celebrar o divórcio e tornar-se comerciantes, vendendo tudo do ex-marido! 🤯 Além disso, as mulheres divorciadas na Mauritânia são mais desejáveis para casar novamente, pois têm mais experiência! 😏


Dica💡: Se quiseres saber mais sobre o mercado das mulheres divorciadas, vê este video no Youtube.


Com o calor a ficar mais intenso, voltamos ao hotel de táxi... e o nosso recorde foi de 8 pessoas no mesmo carro.

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Taxi em Nouakchott

Com a noite a chegar, e as temperaturas mais amenas, fomos visitar outras ruas de Nouakchott e quebrar o jejum após o pôr do sol. 🍴 O nosso jantar consistiu num memorável frango com um toque de vinagre, sopa, muito pão e bananas!


Dia 2: Nouakchott

A "picada do mosquito": sim, fui à consulta do viajante, sim, estava a tomar medicação antimalárica, sim, o ar condicionado estava ligado e frio, sim, mantive todas as janelas fechadas (e com redes), sim, eu estava cheia de repelente, sim, as minhas roupas também tinham repelente... sim... fui picada por mosquitos na minha primeira noite. Não, não apanhei malária, mas todas as marcas das picadas se transformaram em bolhas gigantes...oh sorte! Bem... sobrevivi! Mas como a única pessoa no grupo a ser picada, senti-me como uma luz UV atraente de mosquitos e o grupo usou-me como repelente de mosquitos 😅


Vamos continuar a nossa aventura em Nouakchott. Neste dia, fomos conferir as roupas tradicionais da Mauritânia. Começamos com:


  • Daraa ou Boubou Mourisco, a roupa nacional da Mauritânia usada pelos homens. É um traje tradicional, solto, fluído e feito de tecidos leves, para facilitar o fluxo de ar, dar liberdade de movimento e proteger do sol. Vai até o joelho ou tornozelo e tem mangas longas e abertas que podem ser enroladas nos ombros.


  • Haouli ou cheche, um pedaço de tecido usado como turbante ou lenço. É útil para proteger a cabeça do sol e a boca e o nariz das frequentes tempestades de areia. É usado por homens, mas devo dizer que também usei, pois é realmente útil (causei muita confusão mental em várias pessoas). Existe uma certa arte em enrolá-lo ao redor da cabeça, mas depois de aprender, não quis mais usar um chapéu no deserto.


  • Melhfa ou Mulfa, um grande pedaço de tecido usado pelas mulheres. É usado enrolado ao redor do corpo de forma solta, cobrindo todo o corpo, exceto o rosto.


A maioria das roupas na Mauritânia é de cor azul claro, pois é a cor que oferece mais proteção contra o sol. No entanto, outras cores são usadas com significados diferentes. Se quiseres ler mais sobre isso, vê este post da BBC sobre "The blue men of the Sahara".

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Roupas tradicionais da Mauritânia

Após mais uma volta pelo mercado, passamos pelo Museu Nacional e por uma galeria de arte.

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Uma pintura e um pedaço de tecido na galeria de arte privada em Nouakchott

Para o almoço, fomos para a praia ver o Oceano Atlântico na costa da Mauritânia. 🍴 Comemos camarões, robalo e outras especialidades grelhadas. Depois, demos uma caminhada e dormimos uma sesta na praia deserta.


Praia em Nouakchott

O dia ainda não tinha terminado, e ao pôr do sol fomos conhecer uma das maiores surpresas desta viagem: o Mercado de Peixe de Nouakchott. O peixe é um dos principais recursos que a Mauritânia possui. O mercado de peixe está localizado perto da capital e abriga centenas (senão milhares) de barcos de pesca tradicionais. Tendo raízes na Costa da Caparica, onde a "Arte Xávega" ainda é o principal meio de subsistência, foi um lugar que estabeleceu uma conexão comigo.


Além disso, existe um acordo entre a União Europeia e a Mauritânia, que permite que barcos de 10 países membros (incluindo Portugal) pesquem nas águas mauritanas. Então, quando disse na minha terra que estava prestes a ir para a Mauritânia, todos me perguntaram se eu ia pescar no país do deserto 😅


As redes usadas ainda são trançadas à mão e o peixe é transportado na cabeça, dos barcos até a praia.


Barcos tradicionais no mercado de peixe de Nouakchott

Na fotografia no topo, outra história do nosso grupo - tentamos ajudar a puxar o barco para terra. Com cantares coordenados e muita força, o barco foi trazido para terra de forma segura.
Na fotografia em baixo - o peixe é trazido em canastras na cabeça dos barcos até à praia.

Dia 3: Nouakchott - Terjitt

Era hora de deixar Nouakchott para trás e abraçar o deserto. Com os jipes 4x4 todos carregados, estávamos prontos para partir. O nosso destino era Terjitt, uma oásis a cerca de 45 km de Atar.


Oasis de Terjit
Primeira foto o nosso acampamento; Segunda foto a nascente de água; Terceira foto o chá tradicional da Mauritânia a ser preparado

Esta foi a primeira vez que vi um oásis! Fomos até a água, que estava incrível, juntamente com a temperatura perfeita proporcionada pela sombra das palmeiras. Que lugar mágico!


Voltamos para o nosso ponto de acampamento e fomos recebidos com o tradicional chá mauritano – Atay. A preparação do Atay é todo um ritual, não é um chá simples. O chá é passado de um copo para o outro, criando espuma. Dizem que cada pessoa deve beber pelo menos três copos de chá. O Atay é feito com chá verde e menta.


Dia 4: Terjitt - Ben Amera - Terjitt

Prontos para partir em mais uma aventura, era hora de enfrentar várias horas no deserto para conhecer Ben Amera e Aisha. Ben Amera é o maior monólito de África (e o segundo maior do mundo) com 633 metros de altura. Um monólito é uma rocha única e massiva. Aisha é outro monólito de menores dimensões nas proximidades. Conta-se que Aisha e Ben Amera eram casados e formavam uma rocha única. No entanto, ao retornar de uma viagem, Ben Amera encontrou Aisha nos braços de outro amante. Aisha foi então expulsa (com a sua criada) por Ben Amera, que manteve os irmãos perto de si (os dois blocos de pedra menores próximos ao monólito de Ben Amera). Em 1999, pedras na base de Aisha foram esculpidas por vários artistas.


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Foto de satélite do Google maps com a identificação do monolitos Ben Amera e Aisha

Primeira foto: Arte na base do monolito Aisha; Segunda foto eu e o Chico com o Ben Amera no fundo; Terceira foto: a Aisha (explica-se por si mesmo porque dizem que a Aisha era a mulher 😅)

Ben Amera é perto da linha do Comboio de Ferro e por isso, o nosso dia presenteou-nos com a passagem do comboio!

O Comboio de Minério de Ferro - não... o vídeo não está em loop, o comboio é mesmo muito longo

Dia 5: Terjitt - Tanouchert - Chingetti

Era hora de deixar Terjitt para trás e avançar para uma das cidades mais importantes da Mauritânia – Chingetti.

Primeiro, fizemos uma paragem no Oásis de Tanouchert, que, para mim, foi um dos lugares mais autênticos que visitamos.


Oasis de Tanouchert

Após uma caminhada pelo deserto, fomos para Chingetti. Chingetti foi considerada pela UNESCO, em 1996, como Património Mundial por ser um local com um património cultural e natural considerado de valor excepcional para a humanidade. A cidade foi um importante centro comercial nas rotas trans-saharianas entre o Mediterrâneo e a África Subsaariana, e possui bibliotecas antigas. Além disso, a Mauritânia era comumente conhecida no mundo árabe como "A terra de Chingetti", no entanto, atualmente, Chingetti está ameaçada pela areia do deserto, que está lentamente a cobrir toda a cidade.


A cidade é dividida por um wadi (ou vale de rio), que separa a cidade velha da cidade nova. As casas são principalmente feitas de pedra e tijolos de barro, com telhados planos feitos de folhas de palmeiras. Há edifícios notáveis, como a "Mesquita de Sexta-feira de Chingetti", a antiga fortaleza da Legião Estrangeira Francesa e a torre de água. Além disso, contém importantes bibliotecas com manuscritos científicos e textos corânicos. Além das rotas trans-Saharianas, Chingetti também foi um ponto de encontro para peregrinos a caminho de Meca e um centro de ensino onde a religião islâmica, bem como o direito, a astronomia, a matemática e a medicina eram ensinados. Se quiseres saber mais sobre essa antiga cidade, vê este link da BBC video.


Chingetti - A cidade, uma biblioteca antiga e o seu guardador de livros, a mesquita

Terminamos o dia com um pôr-do-sol numa duna do maravilhoso mas imperdoavelmente difícil Sahara.

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Pôr-do-sol perto de Chingetti

Dia 6: Chingetti - Guelb er Richât - Oudane

O nosso destino do dia era Oudane, mas no caminho paramos para conhecer o Guelb er Richât, também chamado de "Olho de África". É uma estrutura geológica circular visível do espaço, que eu não consigo descrever com precisão, mas se quiseres ver fotos da tiradas do espaço e saber mais sobre esta estrutura, vê este post da NASA.


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O centro do olho

A nossa próxima paragem foi Oudane. Assim como Chingetti, Oudane também foi uma cidade importante na rota comercial trans-Sahariana de ouro e sal, e faz parte do Património Mundial. Foi descrita pela primeira vez pelos portugueses no século XV e, claro, os portugueses construíram um forte para tentar aceder ao sal, ao ouro e também ao comércio de escravos que ocorria na rota trans-sahariana.


A parte mais antiga da cidade, infelizmente, está completamente em ruínas. Algumas partes de uma mesquita ainda estão de pé, com alguns arcos ainda intactos.


Cidade antiga de Oudane

O nosso guia explicou-nos sobre a antiga cidade, como o poço era protegido — sim, a água é o recurso mais importante, especialmente no deserto — e guiou-nos pelas ruas da cidade antiga.


Dia 7: Oudane - Agrour Amogjar - Fort Sagane - Azougui

Outra descoberta esperava-nos. Depois de deixarmos Oudane, seguimos para Agrour Amogjar. Há muito tempo, essa região era ocupada por uma savana, e isso pode ser visto nas pinturas rupestres em Agrour Amogjar, que retratam girafas, vacas e pessoas.


A girafa, a vaca e o grupo confuso a tentar descobrir as pinturas

Após as pinturas e as montanhas em Agrour Amogjar, fizemos uma paragem rápida no Fort Sagane — um forte construído como cenário para o filme francês Fort Sagane — e então seguimos para Atar para comprar alguns itens necessários antes de continuarmos para Azougui, onde descansaríamos. No dia seguinte, uma das nossas principais aventuras na Mauritânia esperava-nos... o Comboio de Minério de Ferro.


Dia 8: Azougui - Zouérat - Nouadibou

A longa espera chegou ao fim. Hoje era o dia em que íamos embarcar num dos maiores comboios do mundo. Aquele nervosismo bom antes de uma grande aventura foi-se acumulando e finalmente chegou o dia!


A linha por onde o Comboio de Minério de Ferro circula foi construída em 1960 e inaugurada em 1963. É uma ferrovia única que se estende por 704 km, ligando a mina de ferro em Zouérat à costa atlântica em Nouadhibou. O comboio chega a ter até 3 km de comprimento, o que o torna mais longo que a ponte 25 de Abril em Lisboa (2,3 km de comprimento) e é um dos comboios mais longos e pesados do mundo. O comboio é composto por 3 ou 4 locomotivas, 2 a 3 vagões de serviço e 200 a 210 vagões de carga, cada um transportando até 84 toneladas de minério de ferro.


Passageiros viajam ocasionalmente no comboio — podem viajar nos vagões de passageiros que são anexados aos restantes vagões, ou simplesmente viajar no topo da carga, ou seja em cima do minério de ferro... como nós! Durante o dia, as temperaturas podem chegar a 40ºC (no nosso caso, chegaram a 35ºC), e durante a noite, as temperaturas caem para temperaturas abaixo de zero (no nosso caso chegaram a 10ºC).


Foram 18 horas no topo da carga, sem parar, congelando de frio. Usávamos máscaras para proteger os pulmões do minério de ferro e óculos de snowboard para proteger os olhos... mas foi a aventura de uma vida. Quantas vezes podes dizer que passaste uma noite sob o céu do Sahara, em cima de um comboio de carga?


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O nosso grupo no inicio da jornada a bordo do Comboio de Minério de Ferro

A noite foi difícil, e eu preciso dizer-vos que as roupas e os cobertores não foram suficientes. Agarramo-nos uns aos outros para tentar encontrar um bocadinho de calor e suportar a noite. Quando chegamos a Nouadhibou e vimos os nossos motoristas, foi pura felicidade. Conseguimos! Eu... sobrevivi ao Comboio de Minério de Ferro! Se algum dia imaginei estar aqui... O mundo é realmente um lugar mágico, e eu senti-me viva!


Dia 9: Nouadhibou - Iwik

Na chegada a Nouadhibou, este era o nosso estado:

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As minhas parceiras do crime: Isabel e Filipa
Obrigada à Isabel por ser um raio de sol constante em todos os lados onde está e obrigada à Filipa por me manter quente durante a jornada no comboio e por todas as risadas que demos durante as longas horas de viagem no deserto

Fomos direto para um hotel para tirar todo o ferro que decidiu vir conosco. Ver uma casa de banho, um chuveiro... imaginar um banho quente, algumas aventuras realmente fazem-nos ser gratos pelas coisas mais simples. Porém... estamos na Mauritânia e, claro, não havia água no primeiro quarto! Sem problema, colocamos todas as roupas novamente e trocamos de quarto... e, é claro, havia uma linha minúscula de água no segundo. Mas sabes uma coisa? Era a melhor água de sempre!😅


Limpos, a brilhar e com umas olheiras que assinalavam a noite tranquila que acabaramos de viver, fomos comer peixe fresco e aproveitar um novo passeio até à nossa próxima aventura: o Parque Nacional do Banc d'Arguin.


Dia 10: Iwik - Parque Nacional do Banc d'Arguin

Dormimos como pedras. O vento batia nos nossos pequenos bungalows na praia e soava como uma canção de embalar.


Hoje, a aventura foi num barco à vela no Banc d'Arguin. O Parque Nacional do Banc d'Arguin é o antigo delta do Rio Tamanrasset. É Património Mundial e uma Reserva Natural (desde 1976), pois é um importante local para aves migratórias, incluindo pelicanos, flamingos e andorinhas-do-mar. As aves reproduzem-se nos bancos de areia e as águas são ricas em peixes. Devido à quase nenhuma intervenção humana e ao clima ameno, o parque abriga uma das maiores colónias de aves aquáticas da África Ocidental.


Apenas uma pequena comunidade, apelidados de "os pescadores do deserto", tem permissão para pescar dentro do parque, porém, não podem usar barcos a motor ou máquinas pesadas.


Banc d'Arguin - as aves, o barco e o pescador a apanhar o almoço

Dia 11: Iwik - Nouakchott

Achávamos que não havia mais surpresas e que este seria apenas o dia de voltar a Nouakchott. No entanto, o Banc d'Arguin não poderia deixar-nos assim sem mais uma aventura épica. De carro, viajamos entre a água e as dunas, com as aves a voar ao nosso redor. Percorremos quilómetros por praias intocadas, sem um único ser humano à vista, além de nós.

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A jornada entre Iwik e Nouakchott
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Claro que não podiamos acabar uma viagem ao deserto sem que os carros ficassem atolados...assim fizemos uma paragem forçada antes do destino final.

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Os carros atolados na areia - um clássico nas viagens ao deserto

Chegados a Nouakchott, tivemos tempo para almoçar e ver um último pôr-do-sol no mercado de peixe. Era tempo de voltar à realidade.

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Pôr-do-Sol no Mercado do Peixe - Nouakchott

Tempo para me despedir da Mauritânia e agradecert aos meus dois Chicos por me aturarem durante estes 12 dias nesta aventura pelo deserto, mar e comboio.

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Os Chicos e eu - Mercado do Peixe - Nouakchott

E claro, um agradecimento a todas as pessoas destemidas que compartilharam esta aventura comigo e que a tornaram única cada um à sua maneira. Um abraço especial, é claro, para a minha Isabel (que conheci noutra aventura na Jordânia) e para a Filipa (que se juntou ao melhor jipe e participou de todas as risadas sem sentido😎).

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O primeiro grupo 100Rota na Mauritânia

Se tiveres dúvidas ou quiseres viajar para a Mauritânia, estou disponível para te ajudar a saíres da tua lata e explorares o mundo!


Sempre vossa: Uncanned Sardine

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